Não é de hoje que as revistas femininas exercem um grande poder na vida das mulheres, reafirmando a chamada ditadura da magreza, que diz que para ser feliz, a mulher tem que agradar ao seu homem, tem que estar na moda, eacima de tudo isso, as revistas ainda passam ao grupo feminino mensagens nas quais a mulher tem que se manter em um bom emprego, ganhar um excelente salário, estudar, cuidar dos filhos da casa, como se para ser mulher tivesse regras para seguir.Para controlar o corpo, ensinam dietas mirabolantes, pois o ideal é estar com o corpo da atriz da novela, aquela que é top em revistas, que tem o cabelo, a pele perfeita.
Naomi Wolf afirma em O Mito da Beleza que “Durante a última década as mulheres conquistaram posições importantes na sociedade, tanto em termos legais como profissionais. Paralelamente a essa escalada de poder, porém, aumentaram os distúrbios ligados à alimentação, as cirurgias plásticas, a pornografia e a necessidade artificialmente provocada de corresponder a um modelo idealizado de mulher, em que a velhice e a obesidade, mais do que pecados, são motivos para a estigmatização”.
Pode-se comparar a ditadura da beleza, promovida pelas revistas femininas, com o modelo panóptico, de Jeremy Bentham, apresentado no livro Vigiar e Punir, de Foucault, que nada mais é que uma forma privilegiada de olhar, uma vigilância que gera controle, ou seja, um olhar vigilante e controlador sobre os corpos no espaço. A pessoa que não se encontra dentro do que é considerado esteticamente bonito pela sociedade é sempre alvo de olhares e comentários maldosos.
No texto “Perdi 26 kg com a granola aditivada”, encontrado no site da revista Nova, apresenta-se a história da mulher que perdeu 26kg. Um ponto interessante a ser notado é quando ela ia para restaurantes e encontrava os lugares são lotados de espelhos.
Fazendo referência ao design, os espelhos são usados para proporcionar a ilusão de que o ambiente onde se encontra é maior, mais espaçoso. É possível, porém, que a adaptação destes espelhos seja para que as pessoas possam vigiar umas as outras, analisando, especialmente, sua aparência física ou os atos que cometem (por exemplo, o que comem)? Afinal de contas, é possível resistir a “tentação” de bisbilhotar alguém?
A mulher que tanto lutou para fazer a diferença, ter a igualdade social e salarial, hoje se vê presa a uma revista, semanal ou mensal, que dita o que ela deve fazer na cama, no emprego, nos eventos cotidianos, fazendo com que ela seja tudo o que querem, menos ela mesma, tirando dela a liberdade de expressão.
Links:
Naomi Wolf: http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2013/01/naomi-wolf-cultura-reprime-o-desejo-das-mulheres.html
Matéria da Revista Nova: http://mdemulher.abril.com.br/dieta/reportagem/casos-de-sucesso/perdi-26-kg-granola-aditivada-757965.shtml
Nomes:
Cristiane Martins
Nathália Cáceres
Franciellen Carneiro
Chalaine Kerchner
Bruna Santos
Aline Brandão
Vigiar e Punir: a ficção da vida real 